Ontem, ao preparar um WorkShop sobre Smartphones, fiquei surpreendido. Quando o iOS 8 saiu, a diversidade de teclados era uma das funcionalidades anunciadas. Mas sinceramente, ao ler esta informação pensei que teríamos que esperar que o mercado desenvolvesse os teclados, que seriam transformados em aplicações e desta forma surgissem como novas alternativas aos teclados fornecidos por defeito pelo sistema operativo. No caso dos teclados braille estava à espera que esses teclados surgissem em forma de aplicações. Ontem percebi que não, e que os teclados braille já fazem parte integrante do sistema operativo. Ou seja, a Apple, em matéria de braille já tem output de braille para dispositivos braille usando a grafia braille da língua portuguesa, tem output para a grafia matemática braille (nemeth), outra novidade do iOS 8, e também input em braille via teclado de toque no ecrã. Há dois tipos de teclados braille disponíveis: um, tipo máquina perkins e outro para usar com o dispositivo como quem pega num acordeão. No caso do iPad, adorei o teclado tipo máquina perkins. No iPhone 5s o teclado tipo perkins é de difícil utilização porque a superfície é curta para caber os 6 dedos em simultâneo. Acredito que no iPhone 6 Plus, que tem um ecrã maior, a utilização do teclado tipo perkins seja perfeito. Para além disto, no caso dos testes com o iPhone 5s verifiquei que ele tem um limite de 5 dedos pressionados em simultâneo. Por esta razão não é possível escrever o "é" em braille (pontos 123456). O iPad não tem esta limitação. O teclado tipo acordeão é mais apropriado para o iPhone com o ecrã mais pequeno. Mas neste caso, cuidado para não deixar cair o dispositivo!
O teclado braille é uma opção que é preciso ativar nas definições do rotor do VoiceOver - ela é mesmo a última opção.
Depois de ativar esta opção no rotor do VoiceOver, para o usar, em qualquer aplicação que faça uso de teclado, basta rodar o rotor até encontrar "teclado braille". Por cima da aplicação surge então, ocupando toda a extensão do ecrã, o teclado braille.
Com tudo isto, e para fechar o circulo do braille, "só falta" o ecrã háptico. :-)