Portugal tem os terminais ATM (Multibanco) mais avançados do mundo, mas a integração com a tecnologia da Apple vem da vizinha Espanha. Na realidade vem de um banco espanhol que também opera em Portugal, o BBVA.
A grande diferença quando comparado com alguns sistemas tácteis que os bancos já usam em Portugal é a personalização, por utilizador, das configurações do aparelho. Assim, de cada vez que inserir o seu cartão poderá configurar, ver e repetir as suas operações mais frequentes.
A minha pergunta é: e se eu já tiver um iPad? Será que não o poderei usar como plataforma de acesso às ATMs? Isso traria ganhos fantásticos em termos de acessibilidade Talvez a tecnologia NFC venha enfocar o problema nesta linha de investigação.
Figura 1: primeira página do Semanário Expresso de 16 de Abril de 2011
Assim, o primeiro obstáculo a vencer para um leitor que seja cego é navegar no Jornal com leitor de ecrã via sintetizador de fala ou linha braille. Aqui vai o primeiro truque: subscrever os vários cadernos do Expresso via RSS. Por exemplo, no meu caso, subscrevi os vários feeds RSS do Expresso no meu programa de email. Isto permite-me receber no meu programa de email, o título do artigo, um parágrafo introdutório da notícia e um link "ler mais" que nos leva directamente ao artigo original do jornal. Aqui há um primeiro erro do Expresso: não se consegue subscrever o feed da Revista Única.
Figura 2: subscrição de RSS feeds do Expresso no programa de email
Desta forma, hoje, 16 de Abril de 2011, recebi 300 mensagens do Expresso, uma por artigo, que me foram arrumadas em 5 pastas/cadernos do meu programa de email.
Desta forma resolvo o problema de navegação no Jornal, navegando nos artigos através do meu programa de email. Quando pretendo ler um artigo, abro a mensagem, leio a nota introdutória e selecciono o link "ler mais" para saltar directamente para o artigo online. Aqui confronto-me com o segundo problema, embora se possa dizer: grande sorte! É uma verdade que a versão PDF inteligente - não sei a quem serve este adjectivo - é inacessível a quem usa leitores de ecrã, mas o jornal disponibiliza uma versão, tipo blogue, para que os leitores possam deixar os seus comentários. Não é que esta caixa disponibiliza, quase sempre (deveria de usar mais esta técnica e ser obrigatório em todos os artigos), o texto dos artigos!? Que grande sorte!!
Bom, sorte é verdade, mas como é que eu posso saltar directamente para esta caixa de texto? Se o título estiver marcado com cabeçalho estamos safos. Não é que está!! Está marcado com H1. Então basta executar o comando do leitor de ecrã de saltar para o próximo cabeçalho (ou ainda melhor, cabeçalho H1) e estamos posicionados no topo da caixa de texto, onde, quando existe, se encontra o texto integral do artigo. Depois, é só dizer ao leitor de ecrã para ler daqui para a frente.
Mas melhor ainda... todo este processo pode ser feito em braille.
Fica o vídeo em que demonstro o processo descrito neste apontamento. Para o efeito usei o Mail (programa de correio electrónico), o leitor de ecrã VoiceOver, um Mac com o sintetizador de fala Célia.
Subscrição dos feeds RSS do Expresso:
Copie os links e cole-os no seu programa de leitura de RSS feeds
No último número da revista AccessWorld, Joe Strechay começa assim o seu artigo sobre a nova Apple TV:
I've turned on my TV and cable box, and now what do I do? Can I access the menu, guide, or on-demand features? Is the cable box accessible? Not really! Comcast allows you to adjust the size and contrast of the text in the menu guide, but without speech or voice overlay I wouldn't call it accessible—not even for persons with low vision. --Joe Strechay
Em síntese, a 2ª geração da Apple TV permite:
menu, guia de programas e todas as funcionalidades acessíveis via leitor de ecrã (VoiceOver). Por enquanto ainda só com síntese de fala e sem braille.
o Zoom não equipa ainda o dispositivo, o que deixou admirado Stretchay, uma vez que o Zoom costuma aparecer primeiro que o VoiceOver. Não foi o caso da Apple TV.
Mais uma vez, o mote está lançado: incorporar as funcionalidades de acessibilidade em dispositivos mainstream de recepção de TV. Aqui pela Europa, a Inglaterra é o país em que os operadores televisivos têm uma oferta de set-top boxes acessíveis para pessoas DV. Operadores como a Sky têm bem presentes os dados de caracterização da população inglesa com problemas de visão:
Quase 2 milhões de pessoas no Reino Unido têm problemas de visão. Todos os dias, cerca de 100 pessoas iniciam um processo de perda da visão sendo previsível que em 2050 o número de pessoas com problemas de visão seja o dobro do actual.
Eis alguns exemplos dessa oferta existente no Reino Unido:
Funciona como lupa para quem tem baixa visão. Funciona como leitor para quem é cego. É um verdadeiro canivete suíço para quem tem deficiência da visão.
Ainda não está disponível na App Store mas já tem preço: 19.99 dólares.