sábado, abril 24, 2010

iBookStore: a livraria que mudará o acesso à informação

Foto iPad demonstrando como lê o VoiceOver os ícones

Porque se fala em potencial revolução no acesso aos livros? Logo na data de lançamento (2010) a iBookstore oferece 60,000 títulos. A Amazon conta já com 450,000. 510 mil títulos disponíveis em formatos acessíveis, assim de repente, com tendência a crescer exponencialmente mudará, certamente, os alicerces que potenciam a inclusão em sociedade de pessoas com deficiência. Um clique e 60 segundos depois estaremos a ler.

Enquanto o iPad não chega a Portugal vamos lendo o que se escreve pelo mundo sobre a acessibilidade do dispositivo. Há um consenso relativamente ao conceito UniversallAccess implementado pela Apple. É bom e para quem usa as funcionalidades de apoio incorporadas no Mac e no iPhone/iPod só vai ter surpresas positivas: é igualmente bom e tem disponível mais funcionalidades. Por exemplo, gestos com 4 dedos simultâneos. Haja dedos!!

Uma das perguntas frequentes dos utilizadores com incapacidades, nomeadamente das pessoas com deficiência da visão, pessoas cegas e pessoas com baixa visão, está relacionada com a acessibilidade ao iBook. Está o iBook, a estante de livros, acessível a quem usa tecnologias de apoio?

Diz quem já o usou que sim. A estante de livros é manuseável por quem usa por exemplo o leitor de ecrã VoiceOver, mas vai ainda mais longe. Não só a estante é manuseável como os livros, eles próprios, podem ser ouvidos com o VoiceOver. Segundo Josh de Lioncourt do blogue Mac-cessibility:

A aplicação é completamente acessível, e para mim a leitura de livros é a mais agradável que se encontra disponível neste tipo de dispositivos. A aplicação trazia uma cópia de um dos clássicos de A. A. Mill, Pooh, o qual se lê maravilhosamente com o VoiceOver. Para além disso, todas as ilustrações existentes no livro estão legendadas. Ao tocarmos duas vezes numa página pode ouvir-se a página na totalidade. Ao deslocarmos um dedo pelo ecrã, o VoiceOver lê a linha que está a ser tocada, dando-nos uma agradável experiência de tocar e varrer o texto. Por último, pode-se ler todas as páginas, comodamente, com o comando padrão de pincelar o ecrã com dois dedos para baixo.

Tal como sucedeu com os computadores Mac, aquando da introdução das aplicações de apoio no sistema operativo Mac OS X Tiger, esperamos que o iPad venha, em futuras versões, a suportar a ligação de dispositivos braille. Sim, porque para uma pessoa cega ler é com braille. Com sintetizador de fala não é ler; é ouvir ler.