sábado, dezembro 10, 2011

Indústria Televisiva prepara-se para o Reconhecimento de Voz já em 2012

Foto de um monte de Comandos à distância

Antes de falecer em outubro de 2005, Steve Jobs deixou várias pistas relativas ao facto de estar a trabalhar num novo produto que iria revolucionar a forma como interagimos com as nossas TVs. “It will have the simplest user interface you could imagine,” disse ele ao biógrafo Walter Isaacson, e irá eliminar as colecções de comandos à distância que proliferam nas salas de estar.

A Nuance sugere que 5% das TVs podem ser controladas por voz até ao Natal de 2012.

Jakob Nielsen, do Grupo Nielsen Norman, diz também que "Anything would be better than what we have now."

Afinal o que estará a Apple a fazer na área da Televisão? Seja o que for mas trazer o Reconhecimento de Voz para o campo do mainstreaming será fantástico.

Mais informações em: MacRumors.

domingo, outubro 09, 2011

iPad, um passaporte para a leitura em Braille

EasyLink - linha de 12 caracteres braille ligada via bluetooth a um iPad 2 - a grafia braille é a portuguesa

Já no passado fiz testes com uma linha braille e um computador Mac. Na altura fiz os testes com uma linha braille com conexão via USB. Para quem usa o novo sistema operativo Mac OS X 10.7 (Lion) tem inclusivamente a tabela braille para a língua portuguesa.

Hoje tive oportunidade de usar uma linha braille bluetooth - a EasyLink de 12 células braille (1) - com o iPhone 3Gs e com o iPad 2 e ainda com a versão actual do sistema operativo, ou seja o iOS 4.3. Funciona muito bem.

A ligação é muito simples.

  • 1º - ligar a linha, o que no caso da EasyLink significa escrever em braille "espaço+k";
  • 2º - Agora basta ligar o iPad e ligar o VoiceOver. Verificar se o bluetooth está activo (ver Configurações -> Geral -> Bluetooth).
  • 3º - Depois, é ir a Configurações -> Geral -> Acessibilidade -> VoiceOver -> Braille. Aqui seleccionar a linha detectada, introduzir o código de emparelhamento (ou seja, para a EasyLink é 1234). Seleccionar a opção emparelhar e já está. A partir daqui, sempre que se liga o VoiceOver e a EasyLink estiver por perto e ligada, eles começam logo a conversar um com o outro.

O procedimento é em tudo igual quer no iPad quer no iPhone.

Assim, braille em português é possível no iPad 1, iPad 2, iPhone 3Gs, iPhone 4 e iPhone 4s.

--

(1) cortesia: Electrosertec.^

sexta-feira, outubro 07, 2011

"Look, you’ve changed the lives of millions and millions of people you may never ever meet."

Steve Jobs

Steve Jobs (1955, 24 fevereiro - 2011, 5 outubro)

Num artigo publicado ontem, 6 de outubro, no jornal "Los Angeles Times" Stevie Wonder deixou algumas palavras de apreço a Steve Jobs, Sublinho abaixo as mesmas com as quais me revejo totalmente. Para quem diz que Jobs não dispunha na empresa de uma linha financeira dedicada à "Responsabilidade Social" e que nunca dava uma esmola na rua a um pedinte, deve ver nestas palavras de Wonder algo que o mundo empresarial deve reflectir: a responsabilidade social das empresas passa pelos produtos e serviços que compõem o seu portfólio e não por campanhas conduzidas por tias, embaixatrizes ou figuras públicas.

Stevie Wonder offered a perspective on Steve jobs impact on the world that didn’t get a lot of attention in the first round of reports about his death at age 56 on Wednesday from cancer.

“The one thing people aren’t talking about is how he has made his technology accessible to the blind and the deaf and people who are quadriplegics and paraplegics,” Wonder said when he called me Thursday afternoon. “He has affected not just my world, but the world of millions of people who without that technology would not be able to discover the world.”

Wonder first put his recording engineer, Femi Jiya, on the phone to talk specifically about how the various Apple products Jobs introduced over the last few decades had revolutionized the recording process.

“Because of what Apple has done with their technology, everything we’re using in the high-end recording situation is now accessible to everybody,” Jiya said. "A lot of that is through Steve Jobs and his love of music, and him wanting to get that technology to everybody at a reasonable cost.

“He developed Garage Band [recording and music editing software], so now a 15-year-old kid can be in his bedroom with his iPad playing around with Garage Band and come up with unbelievable ideas, which can then be taken to the next level… He has leveled the playing field; nobody else had done that.”

Jobs also expanded that field to include groups of people who previously had little or no access to many technological innovations. That’s what left the biggest impression on the 25-time Grammy Award winning singer, songwriter, instrumentalist and producer.

“His company was the first to come up with technology that made it accessible without screaming out loud, ‘This is for the blind, this is for the deaf,’” Wonder said. “He made it part of the actual unit itself; there were applications inside the technology that allowed you to use it or not use it. The iPhone, iPad touch, iPod touch, all these things, even now the computer, are accessible to those who are with a physical disability."

“In another sense, he has given the blind eyes to see the world, the deaf ears to hear the world," Wonder said. "I had wanted to meet him for a long time, and I’m just happy that before he passed away, I was able to meet him and say to him, ‘Look, you’ve changed the lives of millions and millions of people you may never ever meet. Truly you’ve been a blessing for those of us who’ve needed that kind of technology to do more things, to be part of this world, to be in this millennium.

“I’m just hoping that his life and what he did in his life will encourage those who are living still and those who will be born, that it will encourage them and challenge them to do what he has done,” Wonder added, “and not making the whole concept so complicated that people can’t use it -- you just make it one of your applications, it’s in your technology. That will then create a world that will be accessible to anyone with any physical disability, and anyone can buy it, even if that person doesn’t have lots of money.

quarta-feira, outubro 05, 2011

Siri: estamos mais perto do Navegador do Conhecimento

Com a inclusão no iPhone 4s do reconhecimento de voz, que se veio juntar à síntese de fala que o iPhone já tem desde o modelo 3Gs, o conceito de Assistente ganhou forma. Estamos mais próximos do Navegador do Conhecimento (1987), vídeo de conceito encomendado por John Sculley, CEO da Apple entre 1983 e 1993. Mais perto mas ainda muito longe de muitos dos conceitos que o vídeo passa e que são hoje alvo de um quebra cabeças de grandes companhias de hardware e software. Curisidade é verificar que o cenário futurista do vídeo produzido em 1987, há 24 anos atrás, apontava Setembro de 2011.

E em português?

Bom, já vimos pela agenda de entrada do iPhone 4s nos diversos países que Portugal deve constar da lista dos 70 países que verão o iPhone chegar em Dezembro de 2011. Por isso, hardware, teremos só a partir dessa altura. E software? Bom o Siri, diria eu, tem várias peças prontas para o português: sintetizador de fala, temos e muito bom; reconhecimento de voz em português, também temos umas coisas no próprio iPhone - actualmente o iPhone 3Gs e o 4 permitem fazer umas coisas nesta área, e temos mais: os servidores da Apple (a iCloud) já têm em funcionamento o processamento da língua portuguesa. Dos testes que tenho feito com ditado e que é processado por esses servidores, nomes e números reconhece muito bem. Outras coisas, é de chorar a rir com o resultado.

segunda-feira, agosto 15, 2011

Kindle em todo o lado: Amazon volta a fugir da Apple

A Apple continua a querer 30% de todos os conteúdos vendidos via AppStore. Esta política tem feito alguns distribuidores de conteúdos, principalmente de jornais e de livros, a fugirem à AppStore mas a quererem chegar aos clientes com iPhone, iPod e iPad. A porta aberta, por enquanto, está no browser. O desenvolvimento de aplicações HTML5 proporcionam a mesma usabilidade proporcionada pelas aplicações desenvolvidas especificamente para estes dispositivos mas exigem apenas um acesso à Internet e um browser - o Safari. Desta forma, os distribuidores de conteúdos passam a controlar toda a cadeia de valor da distribuição, eliminando por completo a Apple, que desta forma recebe Zero.

O último a enveredar por esta solução é a Amazon, que disponibiliza o Kindle via Browser em Kindle Cloud Reader. Basta entrar na Cloud, com qualquer dispositivo, e aí está a nossa biblioteca pessoal.

Outro que já está em testes é o Financial Times.

Em termos de acessibilidade, se o Financial Times está muito bom, os livros da Amazon continuam a barrar a leitura aos leitores de ecrã - segundo a Amazon para não violar as questões de direitos de autor. Com muito esforço lá consegui entrar num livro, mas com linha braille.

segunda-feira, julho 25, 2011

VoiceOver no Lion: Cegos lêem legendas do documentário Dividocracia directamente do vídeo

Vídeo demo de leitura de legendas com o VoiceOver: 5 minutos do vídeo Debtocracy com o VoiceOver a ler as legendas. A voz é a da Joana do Lion. Acelerei-a um pouco que é para lhe dar hipótese de ler a legenda antes da próxima aparecer. Baixei o volume do vídeo que foi para aumentar o volume do sintetizador de fala de forma a que este se sobreponha ao som do vídeo.

O documentário "Debtocracy" que em português ficou com o título ao estilo de Mia Couto de "Dividocracia" levou-me à net em busca de uma solução para ler as legendas com o meu leitor de ecrã - VoiceOver, uma vez que grego não é o meu forte e tenho imensa dificuldade em acompanhar as legendas na TV - algo que provavelmente é um sentimento de milhões de portugueses mas que parece não fazer parte do cardápio de preocupações dos operadores de televisão.

Ainda recentemente tinha percebido que o VoiceOver conseguia ler todos os botões do player do vídeo (os vários botões de controlo) de uma forma bastante limpa - algo que nunca consegui com o JAWS e as interfaces Flash.

Curiosamente, o Youtube disponibilizou uma versão demo do seu player em HTML5. Os vários botões de controlo são perfeitamente acessíveis a quem usa o VoiceOver quer com braille quer com síntese de fala. A pergunta era: e as legendas!? É possível aceder às legendas com o VoiceOver? Sim! Yes! yes, ...

É preciso procurar um vídeo que tenha as legendas descoladas do vídeo, o que tecnicamente se chama close caption. No fundo, as legendas estão num ficheiro texto e são sincronizadas com o vídeo à medida que este roda.

  • 1) Entrei no link (http://www.youtube.com/html5) e escolhi a ligação "Join the HTML5 trial". Ao entrar neste link o youtube passa a mostrar-me os vídeos num player em HTML5. Claro, isto funciona no SAFARI 5.1 que suporta HTML5 e permite aceder às close captions com o VoiceOver.

  • 2) Coloquei então no motor de busca do Youtube a expressão "dividocracia português cc" e eis que surge a 1ª parte do documentário com close captions em pt-br: http://www.youtube.com/watch?v=o-cr21QKWV4.

  • 3) A parte mais curiosa vem agora. Depois de uma dúzia de testes, algumas consultas ao grupo internacional MacVisionaires - utilizadores cegos e com baixa visão de tecnologia Apple, eis que encontro uma hipótese: posiciono-me no botão "play/pause" e assim que surgem as legendas, ou imagino que sim, eis que faço (VO+seta esquerda) e eis a legenda. E assim sucessivamente. Perco algumas, atropelo outras, mas consigo perceber o sentido do documentário. Não, tem de haver uma forma melhor! Hotspots estão fora de questão - já outros utilizadores o tentarem sem sucesso - e eis que comecei a olhar para o rato. O rato!? Sim, mas ratos nunca foram a melhor coisa para controlar um computador sem o uso da visão. Pois não ... mas, a solução, para já, está no rato.

    • a) então coloquemos o VoiceOver a ler tudo o que está debaixo do rato. Vamos a "Preferências do Sistema" > "Universal Access" > "Utilitário VoiceOver" > Verbosidade e nesse painel activamos "Enunciar o texto sob o rato com desfasamento" e deixamos o desfasamento configurado em curto.

    • b) agora que o VoiceOver lê tudo o que está por debaixo do rato, vamos colocar o rato em cima das legendas à medida que elas vão aparecendo. Como é que uma pessoa cega pode colocar o rato em cima das legendas? Fácil, fácil. Pomos o vídeo a rodar e com os comandos VO+seta esquerda e VO+seta direita, levamos o cursor do VoiceOver até à tecla CC, por forma a activar as legendas. Depois das legendas activas, ou pelo menos julgamos que estejam, podemos voltar atrás, ou seja VO+seta esquerda até encontrar o botão "play/pause". Se fizermos VO+seta esquerda nesta posição e ouvirmos "carregando..." isto significa que a legenda não está neste momento no ecrã. Experimentamos várias vezes VO+seta direita, VO+seta esquerda, até ouvirmos uma legenda. Quando ouvirmos uma legenda, paramos o vídeo (VO+espaço em cima do botão "play/pause") e com uma legenda posicionada no vídeo, vamos agora colocar o cursor do VoiceOver mais ou menos no centro da legenda (número de palavras da legenda, divide por 2, get it!). Para colocar o cursor do VoiceOver no centro da legenda, posicionamo-nos na legenda (VO+seta esquerda; VO+seta direita) e entramos dentro do elemento da legenda, ou seja, VO+shift+seta baixo. E agora VO+seta direita; VO+seta esquerda até apontarmos o local que pretendemos (mais ou menos o centro da legenda). De notar que o centro de uma legenda é sensivelmente o centro de todas. A ideia é que o rato fique numa posição que nos garanta que por muito curta ou comprida que a legenda seja, o rato estará sempre em cima dela.

      Feito isto, eis um truque: vamos "Mover o ponteiro do rato para cima do cursor do VoiceOver", ou seja VO+Comando+F5. E eis que o rato está no centro da legenda.

    • c) E agora, mais um truque. Um toque no touchpad do rato coloca o vídeo a rodar de novo. Nunca arraste o dedo em cima do touchpad que é para não tirar o ponteiro do rato da sua posição! E agora, se colocarmos o dedo indicador em contacto com o touchpad do rato e balançarmos a cabeça do dedo em cima do touchpad como se o dedo fosse um pêndulo invertido em que a cabeça do dedo nunca perde o contacto com o touchpad, isto permite-nos ouvir todas as legendas. O movimento da cabeça do dedo a baloiçar em cima do touchpad gera um pequeno movimento, suficiente para o leitor de ecrã se aperceber que entrou uma nova legenda e começar a lê-la. Claro, o rato não pode sair de cima da legenda. Podemos ouvir ou ler as legendas numa linha braille. Claro que neste último caso não é muito funcional, a não ser que se consiga na linha braille uma função que substitua esta, como é o caso das teclas cursor-routing existentes nas linhas braille. Imagino que se tenha que colocar as teclas de cursor-routing a controlar o ponteiro do rato.

Resultados/Conclusões

  • O processo de colocar o rato em cima das legendas não é muito assertivo. A legenda, verticalmente, tem ligeiras alterações de posicionamento, o que faz com que o rato se dessincronize com a legenda. O método de controlo da legenda com teclado é, neste aspecto, mais assertivo. Este último passa por efectuar sucessivos varrimentos do vídeo em busca de novas legendas VO+Esquerda; VO+Direita. As legendas estão entre o botão "play/pause" e a mensagem "carregando...".
  • Qualquer um dos métodos é chato de manipular mas em ambos se conseguem ler as legendas
  • As legendas do Youtube são totalmente controladas via server-side. Um interessante exemplo, pois a legenda não deixa sequer rasto do seu invólucro. Apesar disto parecer trazer problemas adicionais aos leitores de ecrã, esta parece-me a forma correcta de trabalhar - se não tem conteúdo, apaga-se também o contentor do mesmo. Dei conta disto à Apple e enviei à AssistiveWare uma nota para que o VisioVoice pudesse ler as legendas respeitando as pausas.
  • Se o VisioVoice fizesse a leitura correcta dos ficheiros de legendas (tipo SRT) seria possível:
    • o utilizador colocar o vídeo a rodar e o Visiovoice a ler as legendas, em simultâneo - uma espécie de sincronização inicial manual. Para o efeito o utilizador teria que ter acesso ao ficheiro de texto das legendas em formato timetable (p.e. SRT, QT, etc);
    • quem edita o vídeo poderia solicitar ao VoiceOver a produção de um ficheiro áudio a partir do ficheiro das legenas que poderia sincronizar com o vídeo.
    • o VoiceOver poderia inclusivamente produzir um ficheiro áudio por cada legenda e produzir o ficheiro de texto (semelhante ao SRT) que permitiria sincronizar os vários ficheiros áudio com o vídeo com close caption

domingo, julho 24, 2011

Lion disponibiliza braille em português!!

Hoje tive oportunidade de testar uma linha braille com o Lion, sistema operativo que a Apple lançou a semana passada. A Apple já tinha anunciado e confirma-se que o Mac OS 10.7 disponibiliza a tabela braille para a Grafia Braille da Língua Portuguesa, a qual é comun em Portugal e no Brasil. Uma das poucas coisas a que conseguimos chegar a acordo :-) em matéria de idioma.

Testei-o com uma linha braille da Handy Tech, mais precisamente o modelo BrailleWave de 40 caracteres com ligação USB (com adaptador RJ45 para USB). Foi só ligar, efectuar umas pequenas configurações do VoiceOver (colocar em braille de 6 pontos - como dizia o Professor Adilson Ventura: braille de 8 pontos não é braille!) e pronto. Ficou a funcionar muito bem.

Dos testes que fiz, a tabela parece-me afinadíssima. As maiúsculas e os números aparecem com os respectivos prefixos braille. Os sinais compostos estão óptimos. Até verifiquei que as palavras em MAIÚSCULAS aparecem na linha com o prefixo de dupla maiúscula respectiva antes da palavra - notável.

A entrada de braille via teclado braille da linha braille em 6 pontos também funcionou muito bem incluíndo a introdução das maiúsculas.

É importante notar que a linha com que testei tem nas minhas mãos uns 10 anos. É notável como uma tecnologia de apoio com esta idade se adequa a um sistema operativo acabado de sair. E drivers? Nem tive que me lembrar que isso existe no jargão da informática.

quinta-feira, julho 21, 2011

O Lion vem com sintetizadores de fala em português, de origem!!!

Acabei de instalar o Lion e já verifiquei que o novo sistema operativo Mac OS X 10.7 vem equipado de fábrica com sintetizadores de fala em português. E em vez de 1, são três para português europeu: a Célia (que já estava disponível no mercado mas a pagar à parte), a Joana e a Joana Compacta (que é a mesma Joana mas mais leve). A Joana, assim de repente, parece-me bastante interessante.

Para o português na sua variante brasileira surgiu a Raquel que também vem com uma Raquel mais leve.

Assim de repente, instalei mais 6 sintetizadores de fala. Quase 2 GigaBytes de software adicionais, completamente grátis. Coisa que na semana passada me teria custado uma pequena fortuna e que em 2004, altura em que comprei o meu primeiro Mac, daria para comprar um automóvel topo de gama. O Lion custa 23.99 euros. Uma pechincha! :-)

Há muito pouco tempo, o mercado dizia que isto seria impossível. Todos pagam e usa quem precisa!! Viva o Desenho Universal!

quarta-feira, julho 06, 2011

Língua Gestual Portuguesa chega ao iPhone, iPod e IPad

Língua Gestual Portuguesa - imagem cinemática da palavra portuguesa amanhã

O Spread the Signs acaba de chegar ao iOS e ao Android.

O maior dicionário de Línguas Gestuais do Mundo, com mais de 50 000 gestos! Aprenda Língua Gestual Sueca, Portuguesa, Checa, Alemã, Inglesa, Russa, Espanhola, Turca ou Lituana. Mais países se juntarão em breve!

sábado, junho 11, 2011

iBooks v1.3: livros para crianças com texto e áudio sincronizados

Na versão 1.3 da aplicação iBooks, que permite aceder ao acervo da iBookStore, a Apple passou a suportar a norma ePub 3. A adesão a este padrão de livros electrónicos permite enriquecer o texto dos livros com áudio e mesmo vídeo. E tudo isto sincronizado através da Synchronized Multimedia Integration Language (SMIL) do W3C.

Para demonstrar as suas potencialidades a Apple incentiva os editores a publicarem livros para crianças com leitura humana. O iBooks permite salientar o texto à medida que o mesmo está a ser lido. Esta é uma função igualmente útil para pessoas com dislexia, sendo por isso desejável que os editores o alarguem a outros conteúdos que não apenas os dirigidos para crianças.

Encontrar um exemplo, não foi fácil. Na iBookstore Portugal não existe. Aliás, na iBookstore Portugal não existe nada!... Na generalidade falta literatura portuguesa na iBookstore. Tudo o que encontro por lá de mais novo é literatura do século XIX num português que já há muito não se escreve. É pena!!

Fica abaixo um vídeo com um exemplo de um excerto do livro Splat the Cat colocado por Liz Castro.

terça-feira, junho 07, 2011

Lion em Julho: 80 tabelas braille

Logo do sistema operativo Lion

Ontem, 6 de Junho, a Apple apresentou o Lion, o novo sistema operativo que chegará ao mercado já em Julho.

Estive a ver o que há de novo em termos de acessibilidade e o meu destaque vai mesmo para o sistema braille - as tabelas braille para o português vão chegar ao Mac!!

Assim, eis as funcionalidades que considerei mais relevantes:

  • o Lion vai trazer de origem 80 tabelas braille para as mais diversas línguas. A informação complementar, fornecida via sintetizador de fala, a um utilizador de linha braille - geralmente informação relacionada com os elementos estruturais do documento - vai agora ser parametrizável.
  • 23 sintetizadores de fala, um para cada idioma. A informação disponível dá-nos conta também de um conjunto ainda mais vasto de sintetizadores de fala de alta qualidade disponível no menu Utilitários do VoiceOver - não se percebe se serão a pagar ou se serão gratuitos
  • O Zoom foi agora alargado. À imagem ampliada em ecrã completo vai agora juntar-se uma nova visualização: a imagem na imagem, em se amplia numa janela a área que tem o foco deixando o resto do ecrã com a imagem normal. O cursor vai igualmente ganhar maior resolução quando visto em tamanhos ampliados.
  • Com o Lion, vai ser possível configurar o VoiceOver de forma diferente consoante as actividades a realizar, ou seja agrupar configurações de acordo com as aplicações. Depois de parametrizado, o VoiceOver passará de uns para os outros de forma automática.

fonte: Apple, Inc.

quarta-feira, maio 25, 2011

Palma da mão pode substituir ecrã de toque em muitas tarefas

Substituir os ecrãs de toque pela palma da mão é a proposta da equipa de 3 investigadores da Universidade de Potsdam, na Alemanha (ver vídeo demo abaixo). Nos ensaios que fizeram, com a palma de uma das mãos e com o indicador da outra, controlaram um iPhone sem sequer ter sido necessário tirá-lo do bolso. Os investigadores acham que num futuro próximo vai ser possível atender o telefone móvel mesmo sem que o mesmo ande connosco. O artigo "Nova tecnologia simula iPhone na palma da mão" do JN conta-nos um pouco mais deste telefone imaginário. O conceito é similar ao "Sexto Sentido" (ver vídeo abaixo), mas sem projecção da imagem da interface, A ideia desta interacção passa por socorrer-se do mapa mental que o utilizador tem da interface em causa. Dizem os investigadores "Descobrimos que 68% dos utilizadores consegue localizar a maioria das aplicações com a palma da mão."

Ora bem, a acessibilidade do iPhone poderia transformar estes 68% em 100%. Já hoje, eu utilizo, várias aplicações do iPhone sem necessitar de o tirar do bolso. Como? Usando um teclado QWERTY Bluetooth, uns auriculares e o leitor de ecrã VoiceOver. Para passar para o processo proposto pelos investigadores alemães "bastaria" substituir o teclado pela palma da minha mão. A forma de interacção desta nova modalidade está bem demonstrada na forma simples com que um jovem cego manipula o seu iPhone neste vídeo.

vídeo: iPhone imaginário controlado com a palma da mão e o dedo indicador

vídeo: o sexto Sentido

sábado, maio 21, 2011

Meo Remote: um comando à distância com leitor de ecrã

Meo Remote - o comando para a box da Meo via iPhone/iPad

Recentemente, ao ouvir o podcast Praia das Maças, percebi que a Meo tinha lançado um comando à distância para iPhone e iPad que permite controlar a box da Meo a partir destes dispositivos através da rede Wi-Fi: o Meo Remote.

Como tenho a ideia de que no futuro vamos poder usar o nosso telemóvel para servir de interface a vários dispositivos e que isso poderá resultar em ganhos de acessibilidade notáveis, fui experimentar. Apesar de não ter a box Meo, foi fácil verificar que o comando à distância é compatível com o leitor de ecrã do iPhone/iPad: o VoiceOver.

Ora aqui está um exemplo que comprova a minha tese: os dispositivos móveis, nomeadamente o telemóvel, podem servir de interface aos mais variados dispositivos e os ganhos, em termos de acessibilidade, são notáveis. Sem saber, a Meo acabou de disponibilizar um comando que pode ser controlado por pessoas cegas (em voz ou em braille) e inclusivamente por pessoas tetraplégicas, podendo controlar a box através de software de varrimento para iPhone/iPad.

domingo, maio 15, 2011

Apple compra tecnologia Nuance e está a construir um centro de intermediação

As notícias desta semana davam-nos conta de que a Apple pretendia comprar a empresa Nuance. Falou-se em 6 mil milhões de dólares! Esta empresa é conhecida mundialmente na área das tecnologias de apoio para pessoas com deficiência pelas suas tecnologias de reconhecimento de voz e de síntese de fala. Um dos seus best sellers dá pelo nome de Dragon Dictate, um software que permite, entre outras coisas, ditar texto para o computador. Infelizmente não funciona para a língua portuguesa. Em Portugal, a Nuance é bem conhecida pelo seu leitor de ecrã para telemóveis: Talks.

Já no final da semana, a Apple deu conta de uma patente, da qual retirei a imagem deste post, e os rumores sobre o que é que a empresa da maçã está a fazer com a tecnologia da Nuance começaram a surgir:

  • Uma das hipóteses passa por permitir uma comunicação bidireccional em que de um lado o interlocutor escreve uma mensagem e a mesma chega ao outro lado em voz sintetizada automaticamente. Diz o rumor que isto será útil, por exemplo, quando o receptor da mensagem se encontra num telefone que não dispõe de suporte para recepção de mensagens escritas, como é o caso da generalidade dos telefones fixos.
  • Um outro exemplo apontado, retrata uma situação em que nos encontramos numa reunião ou numa conferência. Há até rumores que citam uma igreja :-). Para não perturbar, solicitamos ao iPhone que converta a voz de quem está do outro lado da linha em texto e passamos a responder em texto sem perturbar o normal desenrolar das actividades aqui deste lado (se é que nós estamos, nestas circunstâncias a tomar qualquer atenção ao que se está a passar :-) ). O nosso interlocutor vai receber a mensagem via texto ou, caso a sua tecnologia ou tarifário não o permita, a mensagem escrita será convertida em voz sintetizada.

Mas se no mundo dos rumores mainstreaming não falta imaginação para citar os mais mirabulantes cenários, tentando convencer-nos de que precisamos desta tecnologia como de pão para a boca, o uso desta tecnologia para a área das necessidades especiais traz vantagens muito interessantes. Por exemplo, com este processo será possível estabelecer uma conversa telefónica entre uma pessoa ouvinte e uma pessoa surda. ou entre uma uma pessoa ouvinte e uma pessoa afásica, etc, etc.

Percebem agora porque costumo dizer que a área das necessidades especiais é um laboratório excelente para um cientista. Não é verdade que os cientístas levam os fenómenos para laboratório para os amplificar? No sector das necessidades especiais os fenómenos comuns aparecem-nos sempre amplificados.

segunda-feira, abril 25, 2011

Ecrãs de toque no multibanco

Portugal tem os terminais ATM (Multibanco) mais avançados do mundo, mas a integração com a tecnologia da Apple vem da vizinha Espanha. Na realidade vem de um banco espanhol que também opera em Portugal, o BBVA.

A grande diferença quando comparado com alguns sistemas tácteis que os bancos já usam em Portugal é a personalização, por utilizador, das configurações do aparelho. Assim, de cada vez que inserir o seu cartão poderá configurar, ver e repetir as suas operações mais frequentes.

fonte: ionline.pt

O Jornal "i" dá mesmo como título a esta peça "iPads no multibanco" e apresentam uma demo em vídeo de uma tecnologia que anda há 2 anos a ser maturada e que se encontra já em funcionamento em Espanha.

A minha pergunta é: e se eu já tiver um iPad? Será que não o poderei usar como plataforma de acesso às ATMs? Isso traria ganhos fantásticos em termos de acessibilidade Talvez a tecnologia NFC venha enfocar o problema nesta linha de investigação.

sábado, abril 16, 2011

Hoje a edição integral do Expresso está em braille. Será?

A resposta é posítiva, é directa, é legal mas tem uns truques pelo meio.

Em primeiro lugar falo-vos da edição que o Expresso disponibiliza aqui: http://impresa.newspaperdirect.com/epaper/viewer.aspx.

Manchete Expresso de 16 de Abril de 2011: FMI e UE em guerra por causa dos juros de Portugal

Figura 1: primeira página do Semanário Expresso de 16 de Abril de 2011

Assim, o primeiro obstáculo a vencer para um leitor que seja cego é navegar no Jornal com leitor de ecrã via sintetizador de fala ou linha braille. Aqui vai o primeiro truque: subscrever os vários cadernos do Expresso via RSS. Por exemplo, no meu caso, subscrevi os vários feeds RSS do Expresso no meu programa de email. Isto permite-me receber no meu programa de email, o título do artigo, um parágrafo introdutório da notícia e um link "ler mais" que nos leva directamente ao artigo original do jornal. Aqui há um primeiro erro do Expresso: não se consegue subscrever o feed da Revista Única.

5 dos 6 cadernos do Expresso. A revista Única não funciona

Figura 2: subscrição de RSS feeds do Expresso no programa de email

Desta forma, hoje, 16 de Abril de 2011, recebi 300 mensagens do Expresso, uma por artigo, que me foram arrumadas em 5 pastas/cadernos do meu programa de email.

Desta forma resolvo o problema de navegação no Jornal, navegando nos artigos através do meu programa de email. Quando pretendo ler um artigo, abro a mensagem, leio a nota introdutória e selecciono o link "ler mais" para saltar directamente para o artigo online. Aqui confronto-me com o segundo problema, embora se possa dizer: grande sorte! É uma verdade que a versão PDF inteligente - não sei a quem serve este adjectivo - é inacessível a quem usa leitores de ecrã, mas o jornal disponibiliza uma versão, tipo blogue, para que os leitores possam deixar os seus comentários. Não é que esta caixa disponibiliza, quase sempre (deveria de usar mais esta técnica e ser obrigatório em todos os artigos), o texto dos artigos!? Que grande sorte!!

Bom, sorte é verdade, mas como é que eu posso saltar directamente para esta caixa de texto? Se o título estiver marcado com cabeçalho estamos safos. Não é que está!! Está marcado com H1. Então basta executar o comando do leitor de ecrã de saltar para o próximo cabeçalho (ou ainda melhor, cabeçalho H1) e estamos posicionados no topo da caixa de texto, onde, quando existe, se encontra o texto integral do artigo. Depois, é só dizer ao leitor de ecrã para ler daqui para a frente.

Mas melhor ainda... todo este processo pode ser feito em braille.

Fica o vídeo em que demonstro o processo descrito neste apontamento. Para o efeito usei o Mail (programa de correio electrónico), o leitor de ecrã VoiceOver, um Mac com o sintetizador de fala Célia.

Subscrição dos feeds RSS do Expresso:

Copie os links e cole-os no seu programa de leitura de RSS feeds

sábado, abril 09, 2011

Apple TV acessível para pessoas cegas

Apple TV - 2ª geração com VoiceOver

No último número da revista AccessWorld, Joe Strechay começa assim o seu artigo sobre a nova Apple TV:

I've turned on my TV and cable box, and now what do I do? Can I access the menu, guide, or on-demand features? Is the cable box accessible? Not really! Comcast allows you to adjust the size and contrast of the text in the menu guide, but without speech or voice overlay I wouldn't call it accessible—not even for persons with low vision. --Joe Strechay

Em síntese, a 2ª geração da Apple TV permite:

  • menu, guia de programas e todas as funcionalidades acessíveis via leitor de ecrã (VoiceOver). Por enquanto ainda só com síntese de fala e sem braille.
  • o Zoom não equipa ainda o dispositivo, o que deixou admirado Stretchay, uma vez que o Zoom costuma aparecer primeiro que o VoiceOver. Não foi o caso da Apple TV.

Mais uma vez, o mote está lançado: incorporar as funcionalidades de acessibilidade em dispositivos mainstream de recepção de TV. Aqui pela Europa, a Inglaterra é o país em que os operadores televisivos têm uma oferta de set-top boxes acessíveis para pessoas DV. Operadores como a Sky têm bem presentes os dados de caracterização da população inglesa com problemas de visão:

Quase 2 milhões de pessoas no Reino Unido têm problemas de visão. Todos os dias, cerca de 100 pessoas iniciam um processo de perda da visão sendo previsível que em 2050 o número de pessoas com problemas de visão seja o dobro do actual.

Eis alguns exemplos dessa oferta existente no Reino Unido:

quarta-feira, abril 06, 2011

ZoomReader está a chegar ao iPhone [actualização: já chegou!]

Funciona como lupa para quem tem baixa visão. Funciona como leitor para quem é cego. É um verdadeiro canivete suíço para quem tem deficiência da visão.

Ainda não está disponível na App Store mas já tem preço: 19.99 dólares.

Mais informações: Ai Square.

Custa 15,99 euros e está disponível no iTunes.

segunda-feira, março 28, 2011

A Apple anda a explorar sistemas avançados para a educação de estudantes com incapacidades

Diagrama: um servidor central disponibiliza o mesmo conteúdo em caracteres ampliados, em fala sintetizada e em braille

O Gabinete de Marcas e Patentes Norte-Americano revelou na semana de 3 de Março 2011 a existência de uma nova patente Apple intitulada "External Content Transformation."

O conceito "gracefully transformation" ou em português "Transformação Harmoniosa" de conteúdos é algo que deriva das WCAG 1.0 do W3C e que dá forma a 12 das 14 directrizes de acessibilidade que compõem as Directrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web.

Fonte: Neil Hughes. (3 Março 2011). Apple exploring advanced system for educating students with disabilities. AppleInside.

domingo, março 27, 2011

Ecrãs hápticos: será que o Braille vai chegar ao mainstream?

actualização 18 fevereiro 2013: A keyboard that rises up from flat touch screens | um exemplo de ecrã háptico para final de 2013 / início de 2014. No final do artigo é feita a pergunta a uma pessoa cega o que achou da sensação. A resposta foi "awesome!" (i.e. fantástico!).

Recentemente, numa conferência sobre Braille, de Louis e do seu sistema, inventariei a tese de que, no que se refere às TIC, o sistema braille estava em desvantagem face à síntese de fala, porque ao contrário desta, aquele não tinha alcançado a "sorte" de ter sido, ainda, incorporado numa tecnologia mainstreaming.

fotografia de um protótipo de um robot que usa músculos artificiais. O pormenor do seu rosto mostra feições de ser humano

A Ciência surpreende-nos diariamente e parece que há motivos para pensar que este cenário será alterado.

A "Artificial Muscle", uma empresa sedeada em Sunnyvale na California, está a desenvolver motores de base-EAP concebidos para se comportarem como se se tratassem de ecrãs hápticos, os quais respondem quando são tocados. Eles fornecem um retorno táctil para telemóveis, ratos de computador e ecrãs de toque, produzindo um leque de sensações diferenciadas quando estão em contacto com as pontas dos dedos do utilizador. Eles podem, por exemplo, produzir a sensação táctil de se pressionar um botão do mundo real quando na verdade se está a pressionar um botão no ecrã de toque.

Segundo Andy Chen da Artificial Muscle, os primeiros "músculos artificiais" vão ser usados para produzir o já tradicional sistema de vibração dos telemóveis. Segundo ele, esta aplicação da tecnologia chegará ao mercado já em Maio instalado no iPhone. iPhone 5 acrescento eu [actualização 22 dezembro 2012: pelos vistos a tecnologia ainda não chegou!].

fonte: NewScientist. 17 de Março de 2011.

domingo, janeiro 30, 2011

Leitura de livros em iPhone: o que proporcionam as apps para pessoas com baixa visão

Das 4 aplicações em análise, (nota 1) para leitura de livros em iPhone, a portuguesa "Leya" é a que proporciona tamanhos de letra mais fraquinhos; funcionalidade indispensável para que este tipo de aplicação seja útil para pessoas com baixa visão.

Stanza proporciona 3 vezes mais ampliação que Leya

Leya: 1 (base); Kindle: 1,3; iBooks: 3; Stanza: 3

figura: stanza e iBooks proporcionam 3 vezes mais ampliação que o máximo da Leya. Entre Stanza e iBooks, a Stanza revela-se mais fluída quando colocada na ampliação máxima.

Em termos de compatibilidade com o leitor de ecrã VoiceOver, que permite a leitura dos livros a pessoas cegas através de sintetizador de fala e/ou de dispositivo braille, apenas a iBooks, da Apple, é totalmente compatível. Das outras 3 aplicações, a portuguesa "Leya" é a que está mais próxima da iBooks, sendo possível ler uma página do livro com o sintetizador de fala mas não é possível virar as páginas.

Das duas aplicações que proporcionam tamanhos de texto mais generosos, a Stanza bate a própria aplicação da Apple. A aplicação iBooks apresenta, imagine-se, dificuldades de processamento (isto usando um iPhone 3GS) no nível de ampliação máximo (nas figuras abaixo apresentam-se fotografias dessa ampliação).

Para quem tem baixa visão, a melhor solução é mesmo a Stanza. Para quem é cego, a melhor aplicação é mesmo a iBooks.

É uma pena que o acesso aos conteúdos esteja ainda segmentado por aplicação. Esta estratégia não permite aos utilizadores a escolha da aplicação que melhor se lhe adequa, Inclusivamente, para o caso da literatura portuguesa, sucede que as 2 empresas que proporcionam melhores conteúdos (Leya e Amazon) são as que têm as aplicações com os tamanhos de letra mais fraquinhos. As que têm os tamanhos de letra mais generosos (Stanza e iBooks) são as que têm os conteúdos mais fraquinhos (quase sempre literatura do século XIX).

À pergunta: das duas que têm os melhores conteúdos em português, se o conteúdo que pretendes existir em ambas as plataformas, qual é a que escolhes? Claramente, Amazon! Porquê? Porque com uma só compra podes ler o livro em iPhone, em iPad e inclusivamente no PC. Na Leya, se compras para ler em IPhone não o podes ler em PC.

Observações das 4 aplicações iPhone em análise
Aplicação (tamanho de letra máximo) Funcionalidades para pessoas com baixa visão

Stanza

Foto mostrando um texto com a ampliação máxima proporcionada pela app Stanza
  • Fabricante: Loxcycle
  • Actualização: 26 de Junho 2010
  • Excelente nível de ampliação [3 x max (Leya)]
  • Realinha texto de acordo com a dimensão do ecrã e hifeniza automaticamente (formato ePub)
  • Alto contraste incorporado

iBooks

Foto mostrando um texto com a ampliação máxima proporcionada pela app iBooks
  • Fabricante: Apple
  • Actualização: 15 de Dezembro 2010
  • Excelente nível de ampliação [3 x max (Leya)]
  • Realinha texto de acordo com a dimensão do ecrã e hifeniza automaticamente (formato ePub)
  • Alto contraste não incorporado (pode-se recorrer ao alto contraste do iOS)

Kindle

Foto mostrando um texto com a ampliação máxima proporcionada pela app Kindle
  • Fabricante: Amazon
  • Actualização: 20 de Janeiro de 2011
  • Nível de ampliação médio [1,3 x max (Leya)] (muito difícil para ser usado por pessoas com acuidade visual inferior ou igual a 1/10)
  • Realinha texto de acordo com a dimensão do ecrã e hifeniza automaticamente (formato ePub)
  • Alto contraste incorporado

Leya

Foto mostrando um texto com a ampliação máxima propocionada pela app Leya
  • Fabricante: Leya MediaBooks
  • Actualização: 21 de Outubro 2010
  • Nível de ampliação fraquinho (não serve pessoas com baixa visão)
  • Realinha texto de acordo com a dimensão do ecrã (formato ePub)
  • Alto contraste não incorporado (pode-se usar o alto contraste proporcionado pelo iOS)

--

[nota 1]: Na presente análise foram utilizadas as aplicações: Kindle da Amazon, Leya da portuguesa Leya MediaBooks, iBooks da Apple e Stanza da Loxcycle. Na análise utilizou-se um participante com baixa visão (visão tubular com acuidade visual de 1/10); apenas se fez testes ao formato ePub (o comportamento das aplicações com formatos PDF é diferente - geralmente não proporcionam o realinhamento do texto nem a hifenização).[fim de nota] voltar ao texto.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

E se o teclado se transformar em rato?

Teclado QWERTY cuja superfície se transforma em trackpad

O conceito consiste em transformar o teclado num gigantesco trackpad - aquela superfície que existe num rato de um computador portátil, com a qual controlamos o ponteiro do rato com um dedo. Agora, imagine que em vez de pressionar as teclas, varre a superfície das mesmas e obtém o mesmo resultado que com o trackpad.

Segundo a patente Apple em que o conceito é descrito, isso é possível graças a 4 câmaras, ou talvez mini-câmaras, instaladas no próprio teclado e que monitorizam todos os movimentos que as mãos fazem em cima do teclado. Nos actuais teclados Apple, os quais são bastante planos mas cujas teclas são perfeitamente visíveis ao tacto, o conceito de varrer a superficie das teclas fica bem mais claro do que num teclado tradicional em que as teclas são bastante mais altas.

No essencial, é transformar um Magic TrackPad já de si com uma superfície generosa, em algo ainda maior. Com ele poderá surgir uma nova forma de pessoas cegas controlarem um leitor de ecrã através de gestos cada vez mais complexos.

domingo, janeiro 23, 2011

Depois dos ecrãs de toque, what's next? Ecrãs de toque hápticos.

Mighty Mouse com Keypad Virtual

Futuro Mighty Mouse da Apple - fonte: MacRumors.com

Para um profissional de contabilidade, para além de outros, o teclado numérico - Keypad (ver figura acima) é indispensável. No caso dos computadores portáteis é usual adquirir-se um keypad para ligar à máquina.

E se esse teclado estiver instalado no rato? Essa é a proposta da Apple com o "Mighty Mouse com teclado numérico virtual". Virtual? Sim, o teclado numérico é apresentado num ecrã de toque posicionado na parte superior do rato.

Um teclado numérico posicionado num ecrã de toque em cima de um rato? Mas os contabilistas estão habituados a socorrer-se do seu mapa mental e a digitar os números no keypad sem olhar para ele. Como é que o contabilista vai tactear as teclas desenhadas num ecrã plano?

A resposta está nesta interessante patente: "Method and apparatus for localization of haptic feedback" (U.S Patent registada no dia 20 de Janeiro 2011).

Parece-me que ainda vamos ouvir falar muito em ecrãs de toque hápticos, porque há mais interacção para além da que é proporcionada pela visão.