domingo, outubro 18, 2009

IPhone App Proloquo2Go: Dar voz a quem não a tem

Brittany depois de um acidente de automóvel que a deixou em coma, recuperou mas não consegue falar. O iPhone é hoje o equipamento que usa para comunicar.

sábado, setembro 19, 2009

Apple publica vídeo explicativo do VoiceOver

A Apple publicou um vídeo tutorial sobre o funcionamento do leitor de ecrã VoiceOver do iPhone

sábado, setembro 12, 2009

iPhone 3GS: um instrumento útil na validação manual da acessibilidade Web

Para quem tem um iPhone 3GS pode, activando o leitor de ecrã VoiceOver que se encontra instalado em todos os dispositivos, confrontar os seus conteúdos Web com as Directrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (WCAG 1.0) do W3C,

Com ele é possível:

  • verificar se as imagens têm legenda e se a legenda cumpre, realmente, o seu papel de equivalente alternativo a quem, por qualquer razão, não a consiga ver
  • verificar o fluxo de leitura do documento e verificar se o mesmo faz sentido
  • verificar se o documento se encontra com os cabeçalhos marcados e se a sua leitura corresponde a um índice do documento
  • verificar se o idioma principal da página está correcto e se a mudança de idioma ao longo da página está identificada e correcta.
  • verificar se é possível navegar por todas as opções e subopções de um menu principal. Principalmente os que são feitos em javascript
  • verificar se todos as funcionalidades javascript se encontram activas e a funcionar correctamente, nomeadamente se existem alternativas processadas pelo servidor, sempre que a máquina do cliente não as consiga processar.
  • verificar se existem equivalentes alternativos aos elementos Flash
  • (...)

IPhone 3GS passou a suportar uma das mais trabalhosas regras de acessiblidade

Nas Directrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (WCAG 1.0) existem dois pontos relacionados com a identificação do idioma dos conteúdos. São eles:

4.1 - Identifique claramente quaisquer alterações de idioma no texto de um documento, incluindo os equivalentes textuais (caso das legendas das imagens e de outros elementos). (ponto de verificação de prioridade 1)

e

4.3 - Identifique o idioma principal do documento. (ponto de verificação de prioridade 3

Estes dois pontos de verificação das WCAG 1.0 têm sido, na generalidade, e ao longo da história curta das directrizes de acessibilidade, mal tratados. Mal tratados pelos editores de conteúdos Web mas também pelos produtores de tecnologias de apoio - ajudas técnicas - para pessoas com deficiência.

Quanto à edição Web é raro encontrar conteúdos em que se faça a identificação do idioma principal da página, por sinal um ponto muito fácil, e nada trabalhoso, de implemntar. Basta que a linha que dá início à página HTML use o atributo lang, ou seja, algo como:

<html lang="pt">

Já o ponto de verificação 4.1 é altamente trabalhoso. Marcar todas as palavras e expressões que se encontram em idioma diferente do da página obriga a percorrer, manualmente, todo o documento, e marcar cada um deles. Quando me dizem que a acessibilidade não custa dinheiro e é tão fácil como fazê-lo de forma não acessível, vem-me sempre à memória este ponto. É, no meu entender, de todos os 65 pontos de verificação das WCAG 1.0, o maior consumidor de recursos. E é, ainda por cima, de prioridade 1,

Mas, se do lado da edição de conteúdos ninguém respeita estes dois pontos, principalmente o 4.1, do lado da produção de agentes de utilizador, nomeadamente de tecnologias de apoio, a cohabitação com estas regras não tem sido fácil. Os leitores de ecrã têm liderado o tema e vindo a introduzí-lo progressivamente. No entanto, mesmo estes, ainda hoje o fazem de forma rudimentar no caso do braille e mesmo no caso da síntese de fala. Para a síntese de fala, não existe, para português europeu, um multi-sintetizador, barato, que desempenhe a tarefa rapidamente e eficazmente. Mesmo quem tenha hipótese de dotar o seu PC com um multi-sintetizador de qualidade, vai reparar que a máquina tem dificuldade em gerir tantos sintetizadores em simultâneo.

Com a actualização do sistema operativo para o iPhone 3GS, que ocorreu no início desta semana, a Apple introduziu a leitura de ecrã com base em multi-sintetizadores. E na leitura de páginas Web, o VoiceOver - leitor de ecrã que acompanha o equipamento de origem, passou a suportar os dois pontos de verificação das WCAG 1.0 citados neste post. Ou seja, quando passo de uma página portuguesa para uma francesa, o VoiceOver passa, "automaticamente" a ler em Francês. Quando regresso à página Portuguesa, passa a ler em português e mais... Quando leio uma página que contém expressões em idiomas diferentes do principal dessa página, o VoiceOver passa, automaticamente, de um sintetizador para o outro. Podem experimentar na leitura das páginas do Programa ACESSO da UMIC ou na página da Fundación SIDAR. Uma maravilha! O desempenho do VoiceOver é notável, a passagem é natural e imediata. E parece-me que tenho não um, nem dois, mas várias dezenas de sintetizadores a trabalhar em simultâneo. Mas só funciona quando quem editou os conteúdos cumpre as 2 regras de acessibilidade.

Notei, no entanto, aquilo que me parece um bug. Parece-me porque ainda estou a investigar junto do W3C como deve ser interpretado o código de idioma 'pt'. Como português europeu (pt-PT) ou português do Brasil (pt-BR)? A Apple interpreta-o como português do Brasil (pt = pt-BR) e coloca a Márcia a ler o texto em vez da nossa Maria. Oh, meus amigos! Isto não é a Selecção Nacional! :-)

O iPhone revela-se, hoje, um dispositivo altamente potente na validação manual da acessibilidade dos conteúdos Web. E para quem tem um, para o usar como validador não precisa de comprar nada adicional.

sábado, agosto 29, 2009

Mais acessibilidade: Mac OS 10.6.

Já está disponível o novo sistema operativo para computadores Apple: o Mac OS X (10.6).

Destaco como principal novidade, a possibilidade de executar comandos no leitor de ecrã, desenhando gestos no trackpad do rato dos computadores portáteis. Algo que já experimentei no iPhone e que reconheço ser bastante potente em operações de leitura, como é o caso da leitura de páginas web.

Quanto à existência de sintetizador de fala em Português de série, ainda não percebi se é, ou não, uma realidade. Mas a empresa holandesa, AssistiveWare, lançou hoje também a versão 1.2 do Infovox iVox, ainda não compatível com este novo sistema operativo, mas que promete sê-lo nas próximas semanas. Para além da voz portuguesa de alta qualidade Célia, o pacote dispõe ainda das vozes brasileiras Carlos e Paola. E uma voz brasileira nova: a Márcia.

Na própria página da Apple encontram uma síntese das funcionalidades em Portugues:
http://www.apple.com/pt/macosx/accessibility/

quarta-feira, agosto 05, 2009

iPhone 3G s - pode mesmo ser usado por pessoas cegas?

A resposta é sim, mas nem todos o vão conseguir usar. É preciso ser bastante experiente nomeadamente no uso de teclado qwerty. Para inibir qualquer referência visual, mesmo que residual, cheguei a usar a funcionalidade de "cortina de ecrã" que desliga o ecrã mantendo o aparelho ligado e o resultado continua a ser positivo. Mas tive problemas. Das 3 aplicações-base de acessibilidade disponíveis, a saber: leitor de ecrã VoiceOver, ampliador de caracteres Zoom e reconhecimento de voz VoiceControl, a experiência não foi a mesma nas três.

Alguns dos problemas localizados nas 3 aplicações são interessantes, pois permitem distinguir, com clareza, os conceitos de acessibilidade e usabilidade.

O leitor de ecrã VoiceOver

O VoiceOver, o leitor de ecrã, é, para mim, o que permite o maior grau de acessibilidade ao iPhone. É extraordinário este novo conceito de leitura de ecrã com interacção por toque. O dedo indicador transforma-se, literalmente, num dispositivo apontador por selecção directa. O mais revelador da experiência é a precisão da "acuidade visual" dos dedos. A minha experiência de leitura de páginas Web com este processo permite-me afirmar que há um notável aumento de usabilidade nesta tarefa de leitura em relação à actual geração de leitores de ecrã. Para além da selecção directa, altamente potente, o VoiceOver permite mesclar comandos de selecção por varrimento. Assim, é possível varrer links, links já visitados, links por visitar, cabeçalhos e comandos de formulário.

No VoiceOver, a tarefa mais difícil de operar é mesmo a escrita. O teclado qwerty é acessível a pessoas cegas mas é difícil de usar. Temos de ter bem presente o "mapa mental" de um teclado qwerty, o que não me parece difícil na generalidade dos utilizadores cegos com experiência de computador, mas o mais difícil é "passarinhar" com o dedo indicador pelo espaço do teclado em busca das letras. Tarefa possível (acessível), mas demorada, penosa (pouco usável), e tarefa quase impossível para utilizadores sem experiência de uso de teclado qwerty - percebo melhor, agora, a nota final da conferência de imprensa do RNIB quando disse "(...) a Apple deve continuar os esforços para torná-lo usável por todos aqueles que têm menos conhecimentos técnicos".

O ampliador de caracteres Zoom

O Zoom dispõe de 2 funcionalidades: ampliação e alto contraste. A ampliação é de excelente qualidade. O alto contraste é igualmente excelente. A tarefa mais difícil é mesmo o varrimento esquerda/direita e cima/baixo necessário para navegar pelo ecrã. É necessário 3 dedos para executar estes comandos. Ao fim de alguma prática, a coisa melhora bastante. Para aumentar e reduzir o tamanho usa-se igualmente 3 dedos. Mas o que mais senti falta foi a necessidade de um gesto-de-atalho (antigamente chamavam-se teclas-de-atalho :-) ) que permita activar e desactivar o alto contraste. Apesar de necessitar de usar o alto contraste é muito frequente ter que ver as cores originais. Actualmente, no iPhone, isso só é possível através dos menus que se encontram em configurações. No Mac essa alteração está agarrada a uma tecla de atalho.

Em relação ao VoiceOver e ao Zoom há ainda a referir que não é possível usar as duas em simultâneo. Talvez seja algo que a Apple tratará nas próximas versões pois há utilizadores que precisam de ambas em simultâneo.

Reconhecimento de voz VoiceControl

Das três aplicações, a experiência com o VoiceControl foi a mais catastrófica. Se em relação ao VoiceOver e ao Zoom posso afirmar que as aplicações são acessíveis aos respectivos grupos-alvo e atingem níveis de usabilidade interessantes, já em relação ao VoiceControl não a posso classificar de acessível. Posso mesmo dizer que tenho medo do VoiceControl, que me chegou mesmo a roubar :-). Das várias tentativas para executar comandos, mesmo inofensivos em termos de euros e incómodo de terceiros, como tocar uma música, fui invariavelmente parar a uma chamada telefónica e a um "Estou..." do outro lado da linha. Oopps!!... O iPhone decide por si próprio e quase nunca ouve os meus "Não.. No... cancelar...". O resultado foi invariavelmente errado. É uma aplicação altamente perigosa!!

Sintetizador de fala

Uma nota final para o sintetizador de fala em Português. É excelente!

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nota: foi reportado à Apple um bug no sintetizador português. Não soletra a letra 'u'.

terça-feira, agosto 04, 2009

Gestos do VoiceOver para iPhone 3Gs

fonte: Guia de Utilizador para o iPhone 3Gs.

Quando o VoiceOver está activado, os gestos padrão de toque no ecrã produzem resultados diferentes. Estes e outros gestos permitem a movimentação pelo ecrã e o controlo dos elementos individuais quando são seleccionados. Os gestos do VoiceOver utilizam dois ou três dedos para tocar ou deslizar. Para obter melhores resultados com os gestos de dois e três dedos, descontraia os dedos e deixe-os tocarem naturalmente no ecrã.

Pode utilizar muitas técnicas diferentes para introduzir gestos para o VoiceOver. Por exemplo, pode introduzir um toque com dois dedos, utilizando dois dedos de uma mão ou um dedo de cada mão. Pode utilizar também os polegares. Experimente técni- cas diferentes para descobrir qual é a mais indicada para si.

Segue-se um resumo de alguns dos gestos do VoiceOver.

Navegar e ler

  • Tocar com um dedo: enunciar um elemento.
  • Passar rapidamente os dedos para a direita ou para a esquerda: seleccionar o elemen- to seguinte ou o anterior.
  • Passar rapidamente os dedos para cima ou para baixo: depende do controlo do rotor especificado. Consulte “Controlo do rotor” na página 193.
  • Tocar com dois dedos: parar a enunciação do elemento actual.
  • Passar rapidamente dois dedos para cima: ler tudo desde o início do ecrã.
  • Passar rapidamente dois dedos para baixo: ler tudo a partir da posição actual.
  • Passar rapidamente três dedos para cima ou para baixo: percorrer uma página de cada vez.
  • Passar rapidamente três dedos para a direita ou para a esquerda: ir para a página se- guinte ou anterior (por ex., ecrã principal, Bolsa, Safari).
  • Tocar com três dedos: enunciar o estado da deslocação (que páginas ou linhas estão visíveis).

Seleccionar e activar

  • Dois toques: activar o elemento seleccionado.
  • Toque num elemento com um dedo, toque no ecrã com outro dedo (“toque separa- do”): activar elemento.
  • Dois toques e manter (1 segundo) + gesto padrão: utilize um gesto padrão. O gesto de dois toques e manter faz com que o iPhone interprete o gesto seguinte como um gesto padrão. Por exemplo, pode dar dois toques e manter, depois, sem levantar o dedo, arrastar o dedo para fazer deslizar um botão.
  • Dois toques com dois dedos: atender ou desligar uma chamada. Reprodução ou pau- sa (iPod, YouTube, Dictafone, Fotografias). Tirar uma fotografia (Câmara). Iniciar ou interromper a gravação (Câmara, Dictafone).
  • Dois toques com três dedos: desactivar ou activar o som do VoiceOver.
  • Três toques com três dedos: activar ou desactivar a cobertura de ecrã.

Nota: Os gestos de passar um dedo devem ser movimentos rápidos para os distinguir dos gestos de arrastar.

quarta-feira, julho 15, 2009

Making the iPhone Icons Speak - article of David Pogue (nytimes)

(...) I had to put three books to bed within two weeks. (Not recommended.)

One of the books is about the new iPhone 3GS and the iPhone 3.0 software. A couple of things I uncovered were features that you almost never hear about.

Like, for example, VoiceOver.

Read all the story at: Making the iPhone icons speak. by David Pogue from NY Times.

quarta-feira, julho 08, 2009

Equipa do RNIB dá as Boas Vindas à Acessibilidade pronta-a-usar do iPhone

fonte: Boletim e-Access de Julho de 2009

De acordo com o Royal National Institute of Blind People (RNIB), há na nova versão do iPhone da Apple, um avançado leitor de ecrã e outras características de acessibilidade que constituem um "tremendo e significativo desenvolvimento" para uma tecnologia até agora inacessível.

Características prontas-a-usar existentes de origem no iPhone 3GS permitem às pessoas cegas e às pessoas com baixa visão, enviar e receber mensagens de texto e de correio electrónico, navegar na Internet, pôr música a tocar e receber chamadas telefónicas.

O leitor de ecrã 'VoiceOver' existente no novo telefone reclama ser o primeiro "leitor de ecrã com interacção com base em gestos" do mundo, que trabalha com o ecrã de toque que equipa o iPhone, descrevendo ou lendo qualquer função ou pedaço de texto à medida que o utilizador movimenta simplesmente o dedo pelo ecrã. E tudo isto em 21 diferentes idiomas. A função de leitura automática de texto lerá letras ou palavras à medida que estão a ser escritas no telefone, chegando mesmo a sugerir correcções durante o processo de redacção.

Um sistema 'rotor' baseado no gesto de rodar um botão com os dedos da mão, gesto este simulado virtualmente em cima do ecrã de toque, permite alternar a leitura palavra-a-palavra e carácter-a-carácter. Adicionalmente, a função de controlo de voz permite aos utilizadores fazer e receber chamadas, controlar a música e pô-la a tocar, tudo através de comandos de voz.

O RNIB afirma que a Apple deu "um passo positivo" ao disponibilizar estas funcionalidades gratuitamnte. "Quase sempre, as pessoas cegas e com baixa visão têm de recorrer a tecnologias de apoio, software e hardware, produzidas por terceiros para tornar acessível dispositivos quotidianos como são o caso dos telemóveis", disse Kiran Kaja, da equipa de acessibilidade digital do RNIB. "Isto envolve custos adicionais para o utilizador. Mas com a Apple a disponibilizar um leitor de ecrã gratuito como é o VoiceOver em todos os dispositivos iPhone 3GS, os clientes cegos e com baixa visão vão poder agora beneficiar de um telemóvel acessível de origem ao mesmo preço dos seus pares normovisuais".

Outras características de acessibilidade existentes no 3GS incluem a função zoom que pode ampliar dramaticamente todo o ecrã de qualquer aplicação; uma opção para alterar a forma de visualizar o ecrã a preto e branco, oferecendo alto-contraste, botões tácteis de fácil percepção para executar operações telefónicas básicas; e uma opção para utiilzar tamanhos de letra gigantes para leitura de mensagens de correio electrónico.

Enquanto louva estas características, Kaja afirma existirem uma ou duas áreas em que é necessário ainda mais desenvolvimentos a fazer. "Enquanto que o iPhone 3GS inclui características de acessibilidade muito boas, a Apple deve continuar os esforços para torná-lo usável por todos aqueles que têm menos conhecimentos técnicos. A Apple tem igualmente um papel importante no encorajamento dos desenvolvedores a tornarem as suas aplicações compatíveis com o VoiceOver."

No seu sítio Web, a Apple declara "estar a trabalhar com os desenvolvedores de software para iPhone por forma a que as suas aplicações sejam compatíveis com o VoiceOver."

E você pode agora comentar esta história, através do EAB Live:
http://www.headstar.com/eablive/?p=306

quinta-feira, junho 25, 2009

Snow Leopard - o novo sistema operativo Apple parece já estar afinado

Mais suporte para dispositivos braille

A Apple já disponibilizou a informação final daquilo que vamos poder encontrar no próximo sistema operativo Mac OS X Snow Leopard. Parece que os refinamentos de acessibilidade são mais que mera cosmética.

  • Suporte para mais linhas braille. De notar que o Mac OS X é o único sistema operativo com suporte nativo para linhas braille.
  • Ainda no campo do braille, uma funcionalidade que permite ligar várias linhas braille em simultâneo à mesma máquina. Para quem já leu braille com linhas braille sabe que o dispositivo controla a leitura. Perante isto, a pergunta seguinte é: será possível aos diversos utilizadores lerem diferente informação, em simultâneo, na mesma máquina? Não. Talvez no futuro. Pela informação disponível, percebe-se que o output é espelhado em todos os dispositivos braille. Ou seja, haverá um leitor que coordena a leitura, e que a lê, e os outros que a acompanham. No fundo, é o que acontece numa sala de aula em que há um que lê e os outros acompanham o mesmo texto nos seus diferentes livros. É isso mesmo que a Apple quer dar como funcionalidade. Quando eu aprendi braille, o acompanhamento da leitura feita por terceiros era algo muito útil. Os diferentes ritmos, nomeadamente os mais rápidos do que nós, obrigavam-nos a pedalar mais rapidamente. Chegava mesmo a haver corridas de braille ... bons tempos em que eu ainda corria. :-) Não me parece que isto tenha muita lógica, afinal as corridas podem ser feitas em máquinas diferentes.
  • São conceitos novos:
    • O botão rotativo para configurar as diversas opções de leitura. Faz-me lembrar o velho Hal em MS-DOS. Acho que vamos gostar de navegar em parágrafos, rodamos o botão virtual e passamos a ler por cabeçalhos. Este botão rotativo virtual parece-me muito bem pensado. Tem lógica, é simples e eficaz.
    • Navegar com o dedo pelo ecrã, ou melhor, pela superfície de toque do rato como se estivêssemos a percorrer o ecrã é um conceito que precisa de ser testado mas tem lógica.
    • A leitura de páginas web por elementos, continua. Espero que esteja melhor que na actual versão do Leopard.
    • Os Web Spots são outra novidade. Mais uma vez isto faz-me lembrar o velhinho Hal para MS-DOS, que tantas alegrias me trouxe quando descobri como aquilo funcionava. No caso da Web a marcação de áreas temáticas do nosso interesse para leitura são particularmente importantes para as páginas que mais frequentamos. A Apple dá o exemplo dos Jornais.
  • A Apple aponta também a navegação por teclado apenas com uma mão. Quem já usou as Tecnologias de Apoio que acompanham o Mac sabe que para algumas tarefas é necessário o pressionar, com ambas as mãos, combinações de teclas que chegam a ser em número de 4 e mesmo 5. Parece que com o Snow Leopard esse esforço vai ser menor.

E o que poderia o Snow Leopard ter, que ainda não tem? Bom. Já o procurei em versões anteriores e pelo que li, o Snow Leopard não o vai trazer também. Um sintetizador de fala Multilingue. E o que é isto? É importante? Sim, é cada vez mais importante. Em Português, o JAWS tem-no incorporado com os sintetizadores de fala da Eloquence. Bom, sintetizador Multilingue não o encontrei, mas parece que já vai ser possível associar a categorias de objectos diferentes entoações distintas. Por exemplo, os cabeçalhos lê mais fininho e os links mais grosso. Vamos ver se assim é ...

Ainda na área da síntese de fala a pergunta também se impõe: será que o português de Portugal já virá com o pacote original? Perante os últimos lançamentos Apple, nomeadamente na área dos iPhones e iPods, poderemos crer que sim.

quarta-feira, junho 24, 2009

New Book on Accessible iPods

National Braille Press has published Using the Accessible iPod by Anna Dresner. The book will tell you how to: get started with iTunes; put the music, playlists, audiobooks and podcasts you want on your computer and into your iPod; get speech from your iPod; and use all accessible features of your iPod. There is also a troubleshooting section, a list of helpful resources, and information on how your iPod organizes music. This book is available in braille, PortaBook, ASCII text/Word, and DAISY formats, and costs $15. For more information, contact: National Braille Press: phone: 800-548-7323; web site: www.nbp.org.

source: AccessWorld - June 2009.

sábado, junho 20, 2009

Mais leitura em Braille no Snow Leopard

Se fosse vivo, Louis Braille faria este ano 200 anos. Para quem lê braille é bom perceber que a Apple tenha abraçado o sistema e o tenha incorporado no Mac OS X. Pegar numa linha braille, ligá-la a um computador e começar de imediato a ler, tudo o que está no ecrã, em braille, é magnífico e um exclusivo do Mac. Isso mesmo é possível desde a introdução do Leopard. Com a introdução do Snow Leopard, que se espera para Setembro deste ano [segundo o Praia das Maçãs, podcast sempre bem informado], isso vai ser possível com mais de 50 modelos de linhas braille.

Diagrama que mostra 1 Mac com um texto que é acedido em braille por vários utilizadores

O Snow Leopard coloca também a ênfase no processo de ensino/aprendizegem do sistema braille. É possível ligar, via USB, várias linhas braille, permitindo aos alunos efectuarem a leitura colaborativa do mesmo texto e o Professor poderá ainda seguir a leitura dos diversos alunos.

É comum dizer-se que as tecnologias estão a esmagar, para não dizer matar, o sistema braille. Infelizmente, as evidências levam-me a pensar que sim. Apontar razões para tal é um trabalho que carece de investigação. (1) O preço elevado das linhas braille poderá ser uma razão. (2) O aparecimento de sintetizadores de fala a preços 10x mais baratos que as linhas braille poderá ser outra. (3) A entrada em massa dos sintetizadores de fala em detrimento das linhas braille nas escolas poderá ser, ainda, outra. (4) Os fortes indicios de que a frase "para que serve o braille, se existem sintetizadores de fala?" está a ser corrosiva no sistema português de ensino/aprendizagem do braille.

quarta-feira, junho 10, 2009

VoiceOver e Zoom chegam ao iPhone 3G speed

iPhone 3G s e o Acesso Universal

Hoje, ao ver e ouvir a apresentação de Philip Schiller, Senior Vice President of Worldwide Product Marketing, verifico que o "pacote" universalaccess foi integrado no iPhone 3Gs. Na apresentação, o vice-presidente da Apple afirmou que:

  • O leitor de ecrã VoiceOver foi integrado no sistema, o que permite por exemplo ouvir os SMS ou ler emails
  • O ampliador de ecrã Zoom foi integrado no sistema, permitindo visualizar os ícones de forma aumentada
  • É agora possível inverter as cores, o que se for igual ao que temos no Mac OS X é realmente fabuloso para quem tem baixa visão

Nota adicioinal: (10 Junho de 2009) Ao confirmar a informação na página da Apple (Acessibilidade - Deficiência da Visão) fiquei agradavelmente surpreso. Confirma-se um excepcional produto. Destaco o Zoom que entra no iPhone tal como se apresenta num Mac. Para quem tem baixa visão é uma excelente notícia. O VoiceOver que equipa o iPhone, o qual não tem teclas, entra numa nova Era tecnológica: O VoiceOver torna-se o primeiro leitor de ecrã cuja interacção se baseia em gestos feitos pelo toque no ecrã, Já em posts anteriores me referi a esta inovação referindo-me aos ATMs e bilhética. Tudo leva a crer que o futuro nos reserva cada vez mais interfaces baseadas em ecrãs de toque o que em termos de acessibilidade irá levar ao aparecimento de novos leitores de ecrã. Confirma-se também que o sintetizador de fala que acompanha o VoiceOver está em Português e o Voice Control (reconhecimento de voz) se encontra também em Português nas suas variantes de Portugal e do Brasil. Das 3 gerações de iPhones até hoje, o 3Gs é, sem dúvida, o que traz maior número de funcionalidades de acessibilidade. Não tenho dúvidas em dar os parabéns à equipa Apple!!

segunda-feira, junho 08, 2009

IPhone 3G speed - Voice Control

As funções do Voice Control (encontram-se explicitadas no texto do post [D]

O novo iPhone 3Gs vem acompanhado de uma nova função designada por Voice Control. Esta função permite, através da nossa voz, a solicitação de uma chamada para alguém que esteja no nosso livro de endereços ou verbalizar os digitos do número que desejamos marcar. Agora, para fazer uma chamada, é só pedir! E o iPhone faz...

Para que isto suceda foi introduzido no iPhone reconhecimento de voz. O iPhone confirma o nosso pedido usando também uma outra peça de tecnologia: um sintetizador de fala. E tudo isto em Português nas suas variantes de Portugal e do Brasil.

Mas o Voice Control não se fica pelas funções do telefone. Também é possível pedir ao iPhone que toque uma determinada música e até perguntar qual é a música que está a tocar.


Eis uma síntese das 4 funcionalidades implementadas no Voice Control (estas funcionalidades são as que se encontram na fotografia do presente post. Esta fotografia é uma captura de ecrã da apresentação feita por Philip Schiller, Senior Vice President of Worldwide Product Marketing, no passado dia 8 de Junho 2009):

  • "Play songs by Killers/ Play playlist Workout", ou seja algo como "Tocar as músicas do Cantor Zé / Toca a lista de músicas X";
  • "Call Scott Forstall", ou seja algo como "Ligar ao Zé";
  • "What's playing?", ou seja algo como "O que é estás a tocar?";
  • "Play more songs like this", ou seja algo como "Toca mais músicas como esta". Esta função permite desta forma activar o Genius, o sistema que agrega músicas que, de alguma forma, estão correlacionadas.

quarta-feira, março 25, 2009

Comunicação alternativa e aumentativa chega ao iPhone/iPod Touch

IPhone - Software Proloquo2Go

A AssistiveWare acaba de apresentar na conferência CSUN2009 o seu último desenvolvimento em matéria de software destinado à Comunicação Alternativa e Aumentativa. Trata-se do produto Proloquo2Go, destina-se à plataforma iPhone/iPod Touch, e permite, tal como o próprio nome indica, comunicar de forma alternativa. Com uma biblioteca de símbolos que ronda os 7 mil, o Proloquo2Go, permite a adultos e crianças com paralisia cerebral, autismo, síndrome de Down, apraxia [1], afasia [2], entre outros, comunicar.

O iPhone/iPod com o Proloquo2Go pode tornar-se num importante instrumento de comunicação para pessoas que sofreram lesões cerebrais recentes que afectem a fala e das quais ainda se encontrem em processo reabilitativo.

Glossário:

[1] apraxia
perturbação da motricidade caracterizada pela incapacidade de realizar actos voluntários adaptados, sem que haja paralisia.
[2] afasia
perda total ou parcial da função da palavra, quer da função de expressão verbal (forma de apraxia), quer da função da compreensão (forma de agnosia), da linguagem falada (surdez verbal) ou escrita (cegueira verbal).

nota: o Proloquo2Go a AssistiveWare aguarda certificação Apple com consequente entrada do Proloquo2Go na App Store, já se encontra disponível na loja de aplicações Apple para o iPhone/iPod.

Preços:

  • Preço introdutório: 109.99 euros
  • Preço posterior: 149.99 euros

domingo, março 15, 2009

iTunes 8.1 - mais acessibilidade para leitores de ecrã

Segundo a nota da Apple, a versão iTunes 8.1 é agora mais amiga dos leitores de ecrã para Mac e PC. A gestão do acervo do iTunes pode ser feita através do VoiceOver em Mac OS X Leopard ou do Window-Eyes para o Windows XP e para o Windows Vista. "Use o seu leitor de ecrã para comprar ou descarregar conteúdos a partir da loja iTunes - incluindo a iTunes U" diz a Apple. Recorde-se que a iTunes U contém conteúdos de interesse para o ensino superior.

quarta-feira, março 11, 2009

O iPod que fala

iPod Shuffle

Ele fala por si. | Através do leitor de ecrã VoiceOver, que vem instalado em todos os Mac OS X, a voz é dada ao iPod shuffle. Com o pressionar de um botão, ele diz-lhe qual é a música que está a tocar e quem é o artista. Ele pode mesmo dizer-lhe os nomes das suas playlists dando-lhe uma nova forma de navegar pelas músicas.

Veja mais em http://www.apple.com/ipodshuffle/.

domingo, março 01, 2009

WCAG 2.0 Theme Song

David McDonald and a couple of friends made this fantastic song to cheers the final W3C Recommendation of Web Content Accessibility Guidelines. Take a look/hear at the synthesizer perfommance!! Oopps... sorry! It is very sensible... name's Sharki. What a voice!

domingo, fevereiro 08, 2009

Em análise: iPod Nano 4ª geração; iTunes 8 e iTell

iPod Nano 4ª Geração

A revista AccessWorld publicou na sua edição de Janeiro de 2009 o artigo "Now Speaking: Apple Adds Speech Output to the iPod Nano", no qual avalia o novo iPod Nano 4ª geração, o iTunes 8 e o iTell.

Eis algumas notas que retirei desse artigo:

iPod Nano 4ª geração

O desenvolvimento é interessante mas precisa de ser melhorado. O trabalho de síntese de fala é feito no computador e depois sincronizado com o iPod. Na navegação pelas músicas funciona, mas os contactos ficam de fora e fica a convicção que a leitura dos contactos não vai passar por este truque.

iTunes 8

O avaliador ficou excelentemente agradado com a perfomance do VoiceOver no iTunes 8. Em Windows, o Window Eyes, o JAWS e o SOTOGO (um leitor de ecrã que reside na Internet) ficam abaixo do VoiceOver. O JAWS é o único que chega à perfomance do VoiceOver, mas para isso é preciso instalar o pacote de scripts (J-Tunes) comercializados a 75 dólares.

i-Tell

Este dispositivo que se liga ao iPod parece ser a solução ideal para quem quer navegar nos iPods. Fica a ideia que se trata de um leitor de ecrã por hardware. Não funciona com o iPod Touch.

domingo, fevereiro 01, 2009

WebAIM screen reader survey: VoiceOver is the 4th most used

Parece que se está a tornar sistemático: o leitor de ecrã que incorpora o Mac OS X é cada vez mais utilizado. Num recente estudo sobre leitores de ecrã conduzido pela WebAIM, o VoiceOver aparece em 4º lugar. Em 1121 utilizadores, 6% usam o VoiceOver.

Em 1121 utilizadores de leitores de ecrã 74% usam JAWS, 23% usam WindowEyes, 8% usam NVDA e 6% usam VoiceOver

Of the 1121 respondents, 74% use JAWS, 23% use Window-Eyes, 8% use NVDA, and 6% use VoiceOver. While several other screen readers were reported, these were the most prominently reported. Individual versions of screen readers are not yet computed, but generally the majority of users are using the most up-to-date version of their screen reader.

Consulte o estudo em: Survey of Preferences of Screen Readers Users

Zoom do Mac OS X amplia Windows XP [update 31 Janeiro 2009]

Foto do Zoom a ampliar Windows XP

Quem leu o artigo sobre o ORCA terá notado um desejo: seria fantástico que o ampliador de ecrã do sistema operativo Mac X Leopard ampliasse também os sistemas operativos que se instalam nas máquinas virtuais do VMWare. [Terá notado também que o Zoom chega a funcionar mas que por uma colisão qualquer faz abortar a máquina virtual] Esta ressalva que está entre parêntesis rectos deixou de existir. Há cerca de 6 meses a esta data que uso o Zoom do Mac OS X em Windows e no Ubuntu, sem qualquer restrição. É fabuloso!! Muito Obrigado à equipa do VMware.

Conclusão: posso usar o Zoom para ampliar qualquer sistema operativo que é colocado numa máquina virtual do VMware. É um excelente substituto do ORCA (ampliador) para Linux e é um fabuloso substituto dos programas comerciais para o Windows XP. É uma forma de se ter um ampliador de ecrã para sistemas operativos que nem sequer o têm. Ainda vamos ver um dia um oftalmologista receitar um Mac como ajuda técnica ou se preferirem como produto de apoio para pessoas com baixa visão.

sábado, janeiro 31, 2009

JAWS 9 in a MacBook Pro [actualização: 30 Janeiro 2009]

JAWS num MacBook com o VMWare

Tal como na semana passada em que instalei o leitor de ecrã ORCA para Linux, esta semana experimentei o JAWS para Windows. No caso presente usei uma instalação do Windows XP.

O processo foi igual ao descrito no artigo dedicado à instalação do ORCA. O resultado foi magnífico. Diga-se que magnífico está muito perto do excelente.

Tudo funciona excelente com excepção de umas pontas que ficaram por resolver mas que não são manifestamente intrusivas. [O teclado português do MacBook ficou com um pequeno desvio quando funciona com o Windows XP - alguns caracteres acentuados ficaram fora do sítio.] Actualização: para este problema com os caracteres acentuados que estava a notar com o teclado português de Portugal do meu MacBook Pro encontrei solução ao ler "O teclado do MacBook no Windows! escrito em Outubro 2, 2008". Ficou perfeito! Obrigado ao Sérgio32 do Bichos da Parede.

De resto, está absurdamente fantástico. O JAWS tem um comportamento exemplar e o sistema de som do MacBook é impecável para tratar a voz do sintetizador.

Fica a faltar uns testes com uma linha braille! Talvez as empresas que distribuem linhas braille em Portugal queiram emprestar-me uma para fazer um test drive.