quarta-feira, maio 25, 2011

Palma da mão pode substituir ecrã de toque em muitas tarefas

Substituir os ecrãs de toque pela palma da mão é a proposta da equipa de 3 investigadores da Universidade de Potsdam, na Alemanha (ver vídeo demo abaixo). Nos ensaios que fizeram, com a palma de uma das mãos e com o indicador da outra, controlaram um iPhone sem sequer ter sido necessário tirá-lo do bolso. Os investigadores acham que num futuro próximo vai ser possível atender o telefone móvel mesmo sem que o mesmo ande connosco. O artigo "Nova tecnologia simula iPhone na palma da mão" do JN conta-nos um pouco mais deste telefone imaginário. O conceito é similar ao "Sexto Sentido" (ver vídeo abaixo), mas sem projecção da imagem da interface, A ideia desta interacção passa por socorrer-se do mapa mental que o utilizador tem da interface em causa. Dizem os investigadores "Descobrimos que 68% dos utilizadores consegue localizar a maioria das aplicações com a palma da mão."

Ora bem, a acessibilidade do iPhone poderia transformar estes 68% em 100%. Já hoje, eu utilizo, várias aplicações do iPhone sem necessitar de o tirar do bolso. Como? Usando um teclado QWERTY Bluetooth, uns auriculares e o leitor de ecrã VoiceOver. Para passar para o processo proposto pelos investigadores alemães "bastaria" substituir o teclado pela palma da minha mão. A forma de interacção desta nova modalidade está bem demonstrada na forma simples com que um jovem cego manipula o seu iPhone neste vídeo.

vídeo: iPhone imaginário controlado com a palma da mão e o dedo indicador

vídeo: o sexto Sentido

sábado, maio 21, 2011

Meo Remote: um comando à distância com leitor de ecrã

Meo Remote - o comando para a box da Meo via iPhone/iPad

Recentemente, ao ouvir o podcast Praia das Maças, percebi que a Meo tinha lançado um comando à distância para iPhone e iPad que permite controlar a box da Meo a partir destes dispositivos através da rede Wi-Fi: o Meo Remote.

Como tenho a ideia de que no futuro vamos poder usar o nosso telemóvel para servir de interface a vários dispositivos e que isso poderá resultar em ganhos de acessibilidade notáveis, fui experimentar. Apesar de não ter a box Meo, foi fácil verificar que o comando à distância é compatível com o leitor de ecrã do iPhone/iPad: o VoiceOver.

Ora aqui está um exemplo que comprova a minha tese: os dispositivos móveis, nomeadamente o telemóvel, podem servir de interface aos mais variados dispositivos e os ganhos, em termos de acessibilidade, são notáveis. Sem saber, a Meo acabou de disponibilizar um comando que pode ser controlado por pessoas cegas (em voz ou em braille) e inclusivamente por pessoas tetraplégicas, podendo controlar a box através de software de varrimento para iPhone/iPad.

domingo, maio 15, 2011

Apple compra tecnologia Nuance e está a construir um centro de intermediação

As notícias desta semana davam-nos conta de que a Apple pretendia comprar a empresa Nuance. Falou-se em 6 mil milhões de dólares! Esta empresa é conhecida mundialmente na área das tecnologias de apoio para pessoas com deficiência pelas suas tecnologias de reconhecimento de voz e de síntese de fala. Um dos seus best sellers dá pelo nome de Dragon Dictate, um software que permite, entre outras coisas, ditar texto para o computador. Infelizmente não funciona para a língua portuguesa. Em Portugal, a Nuance é bem conhecida pelo seu leitor de ecrã para telemóveis: Talks.

Já no final da semana, a Apple deu conta de uma patente, da qual retirei a imagem deste post, e os rumores sobre o que é que a empresa da maçã está a fazer com a tecnologia da Nuance começaram a surgir:

  • Uma das hipóteses passa por permitir uma comunicação bidireccional em que de um lado o interlocutor escreve uma mensagem e a mesma chega ao outro lado em voz sintetizada automaticamente. Diz o rumor que isto será útil, por exemplo, quando o receptor da mensagem se encontra num telefone que não dispõe de suporte para recepção de mensagens escritas, como é o caso da generalidade dos telefones fixos.
  • Um outro exemplo apontado, retrata uma situação em que nos encontramos numa reunião ou numa conferência. Há até rumores que citam uma igreja :-). Para não perturbar, solicitamos ao iPhone que converta a voz de quem está do outro lado da linha em texto e passamos a responder em texto sem perturbar o normal desenrolar das actividades aqui deste lado (se é que nós estamos, nestas circunstâncias a tomar qualquer atenção ao que se está a passar :-) ). O nosso interlocutor vai receber a mensagem via texto ou, caso a sua tecnologia ou tarifário não o permita, a mensagem escrita será convertida em voz sintetizada.

Mas se no mundo dos rumores mainstreaming não falta imaginação para citar os mais mirabulantes cenários, tentando convencer-nos de que precisamos desta tecnologia como de pão para a boca, o uso desta tecnologia para a área das necessidades especiais traz vantagens muito interessantes. Por exemplo, com este processo será possível estabelecer uma conversa telefónica entre uma pessoa ouvinte e uma pessoa surda. ou entre uma uma pessoa ouvinte e uma pessoa afásica, etc, etc.

Percebem agora porque costumo dizer que a área das necessidades especiais é um laboratório excelente para um cientista. Não é verdade que os cientístas levam os fenómenos para laboratório para os amplificar? No sector das necessidades especiais os fenómenos comuns aparecem-nos sempre amplificados.