sábado, junho 26, 2010

iPhone: a blind notetaker 14x cheaper

The strong of Universal Access concept

Ainda recentemente ao ler o CBI White Paper verifiquei que o Sr. Blazie, criador dos famosos, mesmo em Portugal, blocos de notas para pessoas cegas, integrou em 2008 a equipa fundadora do Center for Braille Innovation da National Braille Press, grupo que tem por missão impulsionar o braille na Era Digital. Um dos objectivos passa por disponibilizar um bloco de notas para pessoas cegas a 1/3 do preço dos actuais, ou seja, pelas contas do próprio grupo, algo como 1/3 de 6 mil dólares. Segundo o mesmo relatório "(...) o custo das tecnologias de apoio para as pessoas cegas é, em média, 900% superior ao dos produtos similares existentes para pessoas normovisuais."

Fui então fazer umas contas, a preços de hoje, comparando o conceito de bloco de notas em que o iPhone 3GS se transformou, quando se lhe adiciona um teclado QWERTY Apple sem fios, com o mesmo conceito actualmente oferecido pelo mercado das tecnologias de apoio. Para este último, escolhi o que de melhor o mercado das tecnologias de apoio oferece: o Pac Mate QX400, um bloco de notas da FreedomScientific com teclado QWERTY, sem linha braille, e com sintetizador de fala, ou seja, exactamente o que o iPhone 3GS oferece.

iPhone, a blind notetaker 14x less than equal assistive technology offer
Apple Universal Access Solution Assistive Technology Solution
iPhone + Teclado Apple sem fios Bloco de notas Pac Mate QX400 da FreedomScientific
$168 $2395
  • 1 iPhone 3GS (8GB) = $99
  • 1 Teclado Apple sem fios = $69
  • total da solução = $168 (preços Apple Store)
1 Pac Mate QX400 = $2395 (preços FreedomScientific)

A solução iPhone+Teclado Wireless é 14x mais barata que a solução preconizada pelo mercado das tecnologias de apoio. Ou seja, uma pessoa cega paga por um bloco de notas "similar" ao existente no mercado mainstreaming, não 900% como aponta o Center for Braille Innovation, mas 1400% a mais, e não estamos a falar da variável braille. Com esta variável e tomando como referência os blocos de notas da mesma marca temos de despender 22x mais se quisermos uma linha de 20 células braille (modelo QX420) e 33x mais se quisermos uma linha com 40 células braille (modelo QX440).

Tem de haver uma maneira da Apple vir a fazer linhas braille. :-) How and Why?

terça-feira, junho 22, 2010

iPhone entra na categoria dos blocos de notas para pessoas cegas

Um teclado, um iPhone, VoiceOver ligado e temos um bloco de notas ultraportátil Braille 'n Speak 2000

Desde a introdução do leitor de ecrã VoiceOver no iPhone, que aconteceu há cerca de um ano atrás com o iPhone 3GS, que sempre considerei que a operação mais difícil de controlar, para uma pessoa cega no uso de um telefone sem teclas, é a escrita. Os teclados QWERTY tácteis não são fáceis de controlar por quem não o consegue ver. É preciso ser um utilizador experiente e mesmo assim a tarefa, possível, nem sempre é fácil.

Desde o lançamento do novo sistema operativo, o iOS 4, ontem, 21 de Junho 2010, que passou a ser possível emparelhar um teclado físico com o iPhone através de Bluetooth.

Para quem conheceu o Type 'n Speak (da família do Braille 'n Speak) da Blazie Engineering nos meados dos anos 90, um bloco de notas ultraportátil com teclado QWERTY e sintetizador de fala direccionado para pessoas com deficiência da visão, o que agora é possível com o iPhone é similar. O teclado, é um normal teclado QWERTY da Apple e o sintetizador de fala é de altíssima qualidade.

Imagine: iPhone no bolso, VoiceOver ligado, auricular no ouvido, teclado no colo e aí está ... um bloco de notas ultraportátil, capaz de fazer enveja a muitos blocos de notas para pessoas cegas que o mercado das tecnologias de apoio há já muitos anos oferece mas a preços altamente elevados.

Usei-o com a aplicação "Mensagens" e "Notas", esta última ideal para tirar apontamentos durante uma reunião, e o resultado é fantástico. A sensação é a de autêntico filme de ficção científica. Escrever num teclado com uns 50 milímetros de espessura, com teclas iguais a um teclado de um computador portátil, sem fios, que nos dá a hipótese de reler todo o texto sem qualquer ecrã visível.

O próximo passo será seguramente a introdução de dispositivos braille e um conjunto mais alargado de comandos de navegação pelas diversas aplicações do "telefone" usando apenas o teclado.

quinta-feira, junho 10, 2010

iBooks em Portugal já no dia 21 Junho mas não no iPad

Aproximando-se da mesma lógica de distribuição de eBooks da Amazon, a Apple abre a leitura de livros aos diversos dispositivos da marca, mas ainda não à família de computadores Mac. Ao iPad vai juntar-se o iPod Touch e o iPhone. Isso ocorrerá no próximo dia 21 de Junho com a disponibilização, grátis, do novo sistema operativo iOS 4.

Em termos de acessibilidade, para quem tenha o iPhone 3GS e o iPhone 4, lançado esta semana mas que só chegará a Portugal lá para Setembro, há nesta abordagem uma boa novidade. Sem iPad à venda em Portugal, no caso das pessoas cegas, portuguesas, vão poder usar o iPhone 3GS para ler, com o sintetizador de fala incorporado em português europeu de alta qualidade e com os diversos sintetizadores nos mais diversos idiomas. Já para pessoas com baixa visão, a leitura dos livros que estão disponíveis na iBookStore poderão ser lidos com o iPhone 3GS e com o iPod Touch. Fica por testar como funciona a ampliação de caracteres destes livros.

A Apple incorporou também esta semana, nesta mesma lógica de distribuição, os livros em formato PDF.

quarta-feira, junho 09, 2010

Safari 5: primazia à leitura em HTML

printscreen do site da ACESSO sem o Reader. É possível observar as 3 colunas de informação.
printscreen do site da ACESSO com o Reader activo. O Reader concentra-se na coluna central do site

figura: em cima temos um printscreen da primeira página do programa ACESSO da UMIC na sua visualização normal. Em baixo podemos observar um printscreen da mesma página mas com o Reader activo. Verifica-se que o Reader eliminou o cabeçalho e as colunas laterais e mostra apenas o conteúdo da coluna de notícias em destaque que se encontra ao centro. Como é que o Reader faz esta filtragem "inteligente"? Fica a dúvida para mais desenvolvimentos futuros...

Com o Safari 5, a Apple inaugura a funcionalidade: Reader. Dos testes que fiz (ver imagens anteriores), o Reader "analisa" a página Web e consegue perceber onde está o conteúdo principal da página, disponibilizando, quando a detecção é bem sucedida, um botão com a designação Reader logo à frente da linha onde se encontra o URI.

O Reader dispõe de funcionalidade de ampliação com o respectivo realinhamento das linhas, de forma a que o texto fique sempre visível no ecrã sem necessidade de se efectuar varrimentos horizontais. Verifiquei também que o Reader é bom para imprimir texto em caracteres ampliados. Para além da impressão do texto, o Reader dispõe ainda da função de envio do texto por correio electrónico. O texto enviado ou impresso é filtrado naquilo que o Reader "considera" fundamental.

Dizem as más-línguas :-) que esta funcionalidade visa pressionar os editores de conteúdos online a entrar no novo modelo de negócio de publicidade online que a Apple inventou: o iAds [ver o artigo How Apple's new ad-blocker could save the media (maybe)]. E isto porque o Reader "elimina" tudo o que é "supérfluo" e concentra-se apenas nos textos. A publicidade é um dos elementos que geralmente fica filtrada com este novo processo. Chatice!... :-)

Para já, para quem lê, a eliminação de elementos supérfluos é útil para a leitura de textos, nomeadamente para a leitura de artigos. Para quem tem baixa visão ou lê os conteúdos com leitor de ecrã esta filtragem "inteligente" é fantástica.

sábado, junho 05, 2010

Vídeo Tutoriais Apple sobre acessibilidade

fotografia do desktop Mac mostrando a linha braille

Fotografia do Desktop do Mac mostrando o pormenor da visualização da linha braille. No vídeo é demonstrado a facilidade com que o sistema operativo Mac OS X responde de imediato a uma linha Braille que é ligada ao computador através de uma porta USB. Todo o texto que é visível na linha braille (periférico físico) é igualmente representada graficamente no ecrã em braille surgindo por debaixo a transcrição respectiva em texto a negro. Isto permite a um normovisual acompanhar a leitura de uma pessoa cega.

3 vídeos Apple que mostram: